Cada vez mais frequente, a busca por médicos prescritores e outros profissionais habilitados pela manipulação de fórmulas contendo hormônios, antibióticos e citostáticos estão alavancando o setor magistral. No entanto, nem todas as farmácias estão aptas para oferecer esse serviço. Para isso é necessário que sejam adotadas algumas adequações, como a inclusão desta atividade na licença sanitária pela vigilância local. Para as substâncias Controladas pela Portaria SVS/MS nº 344/98, é necessário que a farmácia tenha a AE (Autorização Especial).
Substâncias classificadas como antimicrobianos (Instrução Normativa 107/21), hormônios, inclusive a Lista C5 da Portaria SVS/MS nº 344/98, e citostáticos são fármacos que exigem rigorosos processos de manipulação. A intenção sempre é prevenir a contaminação cruzada e proteger os manipuladores à exposição de risco.
A infraestrutura dos laboratórios magistrais que forem trabalhar com esses fármacos devem atender as exigências do Anexo III da Resolução RDC nº 67/07, bem como a sua atualização (RDC nº21/09).
Para garantir que as boas práticas de manipulação de hormônios, antibióticos e citostáticos, o farmacêutico e demais profissionais responsáveis precisam dar atenção especial a alguns procedimentos operacionais específicos. Listamos algumas informações que você precisa saber antes de sua farmácia magistral começar a manipular esses fármacos.
Os farmacêuticos responsáveis deverão manter procedimentos operacionais internos e treinamentos, respeitando o Anexo III da RDC 67/07, que dispõe sobre as Boas Práticas de Manipulação de Hormônios, Antibióticos, Citostáticos e Substância Sujeitas a Controle Especial.
Devem ser adotados procedimentos, treinamentos à equipe e registros relativos às etapas de aquisição, armazenamento e identificação desses fármacos; dos cuidados de pesagem, homogeneização, encapsulamento, rotulagem e envase; padronização de excipientes; da forma de dispensação e orientação do medicamento ao paciente; e principalmente sobre o uso de adequado de EPI (Equipamentos de proteção individual) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Deve constar também em procedimento a metodologia para a execução do monitoramento do processo de manipulação das formas farmacêuticas de uso interno, contemplando diferentes manipuladores, fármacos e dosagens e formas farmacêuticas, podendo ser adotado sistema de rodízio. Confira alguns pontos de partida para verificar se a sua farmácia está apta para oferecer formulações a base dessas substâncias.
Se a sua farmácia pretende começar a manipular hormônios, antibióticos e citostáticos, é preciso, antes de tudo, notificar a Vigilância Sanitária local para comprovar que o estabelecimento se encontra apto para oferecer esse serviço. A fiscalização deve observar, por meio de inspeção para concessão de Licença Sanitária, se a farmácia atende aos requisitos das Boas Práticas de Manipulação de hormônios, antibióticos, citostáticos e substâncias sujeitas a controle especial, da Resolução RDC nº 67/07, da Anvisa.
A infraestrutura das farmácias que forem trabalhar com esses fármacos devem atender as exigências do Anexo III da RDC 67/07 e sua atualização a RDC 21/09. É necessário salas de manipulação dedicadas para cada classe que for trabalhar (antibiótico, hormônio e citostático), dotadas cada uma com antecâmaras com sistemas de ar independentes e de eficácia comprovada. Devem possuir pressão negativa em relação às áreas adjacentes e ter procedimento interno para evitar contaminação cruzada e proteger o manipulador e o meio ambiente.
A pesagem dos hormônios, citostáticos e/ou antibióticos precisa ser efetuada nas salas de manipulação dedicadas e devem ser adotados procedimentos para evitar contaminação cruzada. As balanças e bancada devem ser submetidas a um processo bastante rigoroso de limpeza antes e depois de cada pesagem.
Todos os utensílios utilizados na manipulação de hormônios, citostáticos e/ou antibióticos devem ser separados e identificados por classe terapêutica.
Com o objetivo de garantir a saúde e segurança dos manipuladores, a farmácia deve disponibilizar equipamentos de proteção individual apropriados e condizentes aos riscos e ao volume de trabalho. A equipe diretamente envolvida na manipulação dessas substâncias deve ser submetida a exames médicos específicos, atendendo ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
O associado Anfarmag tem à disposição um acervo com materiais exclusivos sobre boas práticas de manipulação de hormônios, antibióticos e citostáticos, como o conteúdo extra on-line de edições da Revista Anfarmag e fichas de referências e especificação de compras dessas substâncias. Para dúvidas sobre o assunto, os farmacêuticos filiados também podem acessar o Serviço de Atendimento ao Associado (SAA) pelo telefone (11) 4003-9019, e-mail: assessoriatecnica@anfarmag.org.br ou WhatsApp (11) 9 7554-0423. Quer ter acesso a esses e outros benefícios da nossa rede de vantagens? Torne-se agora um associado Anfamarg.
REFERÊNCIA
De acordo com a Resolução RDC nº 67/2007 da Anvisa, as farmácias magistrais estão autorizadas a realizar manipulação de substâncias de baixo índice terapêutico (SBIT) via oral e sistêmica desde que apresente em sua licença sanitária permissão para esta atividade. Elas também devem oferecer orientação técnica para toda a equipe envolvida com o processo de manipulação.
A sigla SBIT é a abreviação de substância de baixo de índice terapêutico, ou seja, o fármaco que apresenta estreita margem de segurança, cuja dose terapêutica é próxima da tóxica. Um exemplo é o Minoxidil de uso oral, um potente vasodilatador usado na prática médica cardiológica pelo seu efeito anti-hipertensivo. Seu uso off label, como antialopécico, vem sendo adotado na clínica médica, em especial pelos dermatologistas.
O Anexo II da Resolução RDC nº 67/2007 classifica 22 ativos como substâncias de baixo de índice terapêutico. São elas:
A manipulação de fórmulas contendo SBIT vem ganhando aderência no mercado, mas nem todas as farmácias estão totalmente preparadas para oferecer o serviço. Devem ser adotados procedimentos, treinamentos à equipe e registros relativos às etapas de aquisição, armazenamento e identificação desses fármacos; dos cuidados de pesagem, homogeneização, encapsulamento, rotulagem e envase; da forma de dispensação do medicamento ao paciente; e principalmente os aspectos da escolha do excipiente para cada fármaco conforme comprovação da formulação por meio do estudo de perfil de dissolução.
Além disso, é imprescindível constar em procedimento a metodologia para a execução do monitoramento do processo de manipulação das formas farmacêuticas de uso interno, assim como também do processo de diluição, quando se tratar de SBIT de baixa dose e alta potência.
Confira os primeiros passos para adequar a sua farmácia magistral para atender prescrições médicas com ativos considerados SBIT.
A farmácia que pretende manipular substâncias de baixo índice terapêutico, deve solicitar uma inspeção à Vigilância Sanitária local. A comercialização de medicações a base dessas substâncias só poderá ser iniciada após aprovação do órgão competente. Na inspeção, a autoridade sanitária avalia se a farmácia atende aos requisitos das Boas Práticas de Manipulação de Substâncias de Baixo Índice Terapêutico, conforme estabelecido no Anexo II da RDC nº 67/2007.
O armazenamento dessas substâncias deve ser realizado em local diferenciado e identificado, de acesso restrito, sob guarda do farmacêutico responsável. É importante que estejam explicitados os cuidados especiais que garantam a manutenção das especificações e integridade da substância.
Na pesagem para manipulação, o farmacêutico precisa realizar uma dupla checagem e registrar essa operação.
O perfil de dissolução é uma representação gráfica de vários pontos resultantes da quantificação do fármaco em períodos determinados, associados à desintegração dos elementos constituintes do produto manipulado em um meio definido e em condições específicas. Esse estudo de perfil de dissolução poderá ser realizado tanto por laboratórios terceirizados como uma entidade de classe. Pensando em dar o suporte necessário ao seu associado, a Anfarmag contratou a Universidade Federal de Alfenas (Unifal) para proceder esse estudo. O associado poderá encontrar esse estudo do perfil de dissolução do minoxidil na área do associado.
Os associados Anfarmag têm à disposição benefícios e serviços exclusivos para apoiar e esclarece dúvidas sobre a manipulação de SBIT. Uma dessas vantagens é o serviço de atendimento o associado (SSA), onde o farmacêutico associado poderá esclarecer dúvidas sobre esse processo por meio dos nossos canais: telefone (11) 4003-9019; e-mail: assessoriatecnica@anfarmag.org.br, WhatsApp (11) 9 7554-0423. Filia-se agora para ter acesso às ferramentas voltadas para esses processos e outros serviços da nossa rede de vantagens.
A água, matéria-prima essencial de uma farmácia de manipulação, deve atender aos padrões de qualidade. O cumprimento dessas especificações são exigências sanitária e estão estabelecidas em normas e farmacopeias. Na farmácia magistral, a água purificada é utilizada tanto para produção de álcool 70º para limpeza da farmácia e equipamentos, nos processos de controle de qualidade da matéria-prima quanto como composto das próprias formulações.
A água utilizada na manipulação de produtos é considerada matéria-prima produzida pela própria farmácia por purificação da água potável, atendendo às especificações farmacopeicas. Deve ser armazenada por um período inferior a 24 horas e em condições que garantam a manutenção e a sua qualidade. É empregada como excipiente na manipulação de formulação magistrais não estéreis. Pode ser obtida por uma combinação de sistemas de purificação, em uma sequência lógica, como: múltipla destilação; troca iônica; osmose reversa; eletrodeionização; ultrafiltração, ou outro processo capaz de atender, com eficiência desejada, os limites de qualidade especificados.
Para garantir as boas práticas de obtenção de água purificada dentro da farmácia de manipulação, o farmacêutico e demais profissionais responsáveis, precisam ter conhecimento sobre a importância de uma gestão eficaz de obtenção e monitoramento. Neste artigo, selecionamos boas práticas para assegurar as especificações da água purificada utilizada nos processos internos da sua farmácia magistral. Confira!
Para a Resolução RD nº 67/2007, a água utilizada nas manipulações magistrais é uma matéria-prima da própria farmácia magistral por meio de purificação da água potável, atendendo a especificações farmacopeicas. Essa constatação visa a garantir que as instalações e reservatórios estejam devidamente protegidos para evitar qualquer contaminação.
A Resolução RD nº 67/2007 também exige que as farmácias tenham procedimentos escritos para realizar amostragem da água potável e purificada e mantenham uma periodicidade das análises. De acordo com a legislação vigente, devem ser feitos testes físico-químicos e microbiológicos, no mínimo a cada seis meses, para monitorar a qualidade da água de abastecimento e no mínimo mensalmente, para monitorar a qualidade da água purificada. As amostras podem ser coletadas e avaliadas pela própria farmácia ou por um laboratório terceirizado
Mas o que são analisados nestes testes, quando aplicável?
A farmácia deve possuir procedimento escrito para a coleta e amostragem da água. Um dos pontos de amostragem deve ser o local usado para armazenamento da água purificada. A farmácia deve estabelecer, registrar e avaliar a efetividade das medidas adotadas, por meio de uma nova análise, em caso de resultado de análise insatisfatório da água purificada. A água purificada deve ser armazenada por um período inferior a 24 horas e em condições que garantam a manutenção da qualidade dela, incluindo a sanitização dos recipientes a cada troca de água
O farmacêutico e demais responsáveis técnicos devem manter procedimentos operacionais internos, respeitando a Resolução RDC nº 67/07 e seus itens e subitens que dispõem sobre às boas práticas de obtenção e monitoramento da água purificada, assim como os padrões de potabilidade (Portaria 888/21) e a especificações farmacopeicas para água purificada.
As especificações da água de abastecimento precisam atender aos padrões de potabilidade da Portaria do Ministério da Saúde 888/2021. Padrões bacteriológicos incluem ausência em 100ml de Coliformes totais e de Escherichia coli. Padrões organolépticos incluem turbidez de no máximo 5, UT (unidade de turbidez); cloro residual livre de no mínimo 0,2mg/L; e sólidos totais dissolvidos de no máximo 500mg/L.
A água purificada é caracterizada por condutividade de, no máximo, 1,3 µS/cm a 25,0 °C (resistividade > 1,0 MW-cm) e carbono orgânico total ≤ 0,50 mg/L, ausência de psedomonas sp e coliformes, e contagem total de bactérias heterotróficas ≤ 100 UFC/mL – a não ser que especificado de forma diferente. Todo o sistema de obtenção, armazenamento e distribuição deve ser devidamente monitorado quanto aos parâmetros de condutividade e contagem microbiana. Ainda que seja especificada uma contagem microbiana máxima de 100 UFC/ml na monografia, cada instalação deverá estabelecer o seu limite de alerta ou de ação, caso as características específicas de utilização sejam mais restritivas. A Monografia Farmacopeia Brasileira 6ª edição descreve ainda outros ensaios, como características físicas, acidez ou alcalinidade, substâncias oxidáveis, amônio, cálcio e magnésio, cloretos, nitratos e sulfatos. De acordo com esse documento, o ensaio de carbono orgânico total alternativamente substitui o teste para substâncias oxidáveis; já o ensaio de condutividade de água alternativamente substitui os testes para amônio, cálcio e magnésio, cloretos, nitratos e sulfatos.
Para agilidade, economia e precisão do processo, faça fichas de especificação utilizando referências, como as produzidas pela Anfarmag. As fichas de referências estão disponíveis exclusivamente para associados. Associe-se agora.
Os associados Anfarmag têm à disposição materiais exclusivos sobre as especificações de potabilidade e farmacopeicas da água, como o conteúdo extra on-line “Água Purificada” da edição nº 118 da Revista Anfarmag, treinamentos on-line e o fluxograma da Gestão da Qualidade “Água Purificada: monitoramento do processo de obtenção”.
A rede de vantagens conta também com o Serviço de Atendimento ao Associado (SSA), uma linha direta para o esclarecimento de dúvidas sobre o processo. O canal pode ser acessado por telefone (11) 4003-9019, e-mail (assessoriatecnica@anfarmag.org.br) e WhatsApp (11) 9 7554-0423. Associe-se agora e tenha acesso a esses e outros benefícios.
A busca pela manipulação de colírios, pomadas oftálmicas, implantes, preparações parenterais líquidas e outras formulações estéreis personalizadas está crescendo gradativamente. No processo de manipulação de produtos estéreis em farmácias magistrais, é preciso um olhar minucioso para garantir a esterilidade do produto/formulação estéril.
No entanto, nem todas as farmácias de manipulação estão aptas para realizar esse processo com a expertise esperada. Para começar, é necessário que sejam adotadas algumas adequações, entre elas a inclusão dessa atividade na AFE (Autorização de Funcionamento Especial) e na licença sanitária pela Vigilância local.
Além disso, para garantir as boas práticas de manipulação de produtos estéreis em farmácias magistrais, o farmacêutico e demais profissionais responsáveis devem dar uma atenção especial a procedimentos operacionais específicos, orientados pelo Anexo IV – Boas Práticas de Manipulação de Produtos Estéreis, da Resolução RDC nº 67 de 2007, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Formulações magistrais estéreis são medicamentos isentos de microrganismos viáveis. Além de esterilidade, as soluções estéreis devem:
As Boas Práticas de Manipulação de Produtos Estéreis (BPMPE) são o conjunto de medidas que visam a assegurar que os produtos manipulados apresentem padrões de qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido na prescrição. Essas orientações estabelecem para as farmácias os requisitos mínimos para:
Todas as medidas objetivam garantir a qualidade, efetividade e promoção do uso seguro dos produtos magistrais estéreis.
Veja como a sua farmácia magistral pode garantir a excelência na manipulação desses produtos:
A farmácia deve estar regularizada pelos órgãos de Vigilância Sanitária competentes, conforme legislação vigente. Também é necessário atender às disposições Resolução RDC nº 67 de 2007, da Anvisa e seu Anexo IV (Boas Práticas de Manipulação de Produtos Estéreis), e possuir o Manual de Boas Práticas de Manipulação. A farmácia magistral deve possuir a AFE expedida pela Anvisa, Autorização em sua licença sanitária para manipular produtos estéreis, e seguir exigências das legislações pertinentes.
Quando se trata de manipulação estéril, é importante que a farmácia de manipulação ofereça infraestrutura adequada, adotando o uso de áreas limpas classificadas e validadas (sala de esterilização, sala de pesagem, sala de envase, área de revisão, área de quarentena, rotulagem e área de paramentação).
Devem ser adotados procedimentos internos, treinamentos de equipe e registros relativos às etapas de controle e monitoramento do ambiente; de paramentação e fluxo de materiais e pessoal; processos de esterilização; estabilidade e prazo de validade.
Deve constar também em procedimento a metodologia para a execução do controle de qualidade; dos controles de processo de manipulação; e da validação dos processos de esterilização da água, dos equipamentos e das salas limpas classificadas.
Todas as farmácias estão sujeitas a inspeções sanitárias para a verificação do cumprimento das BPMF. Tenha sempre uma equipe preparada para acompanhar os fiscais da Vigilância Sanitária e de outros órgãos de fiscalização. Mantenha a documentação em dia e em fácil acesso.
Os associados Anfarmag têm à disposição benefícios e serviços exclusivos para apoiar e esclarecer dúvidas sobre a manipulação de estéreis, entre eles o Serviço de Atendimento ao Associado (SAA). O associado poderá entrar em contato por meio de diferentes canais: telefone (11) 4003-9019, e-mail: assessoriatecnica@anfarmag.org.br e WhatsApp (11) 9 7554-0423.
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REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 67 de 8
de outubro de 2007. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html. Acesso em 25 set. 2022.
Para garantir a sustentabilidade do seu negócio e oferecer aos clientes produtos magistrais seguros e eficazes, o farmacêutico e demais profissionais responsáveis pela farmácia precisam dar uma atenção muito especial para a gestão de qualidade e para o controle dos processos de manipulação. Uma grande aliada nesta busca pela excelência dos processos é a aplicação da melhoria contínua, uma prática que as empresas adotam para aperfeiçoar seus produtos, serviços, fluxos e processos de forma ininterrupta.
Em gestão de negócios e da qualidade, a melhoria contínua é uma técnica aplicada por empresas de pequeno, médio e grande porte com o objetivo de identificar falhas nos processos e definir soluções rápidas. Trata-se de um processo cíclico, com etapas que vão se repetir infinitamente ao longo da cadeia de produção das farmácias magistrais. No controle dos processos de manipulação, a melhoria contínua coloca em prática, nas rotinas de gestão, uma série de ações que visam a garantir e aprimorar a eficiência dos fluxos e dos processos internos, impactando diretamente e positivamente na qualidade dos produtos manipulados e dos serviços prestados aos clientes, o que agrega valor ao negócio.
Mas como aplicar a melhoria contínua em sua farmácia de manipulação? A técnica pode ser implantada por meio de ferramentas e metodologias simples e de baixo custo.
A sua farmácia tem adotado práticas de gestão eficiente, como ferramentas de melhoria contínua? Separamos três importantes metodologias aplicadas na indústria e que são facilmente adaptáveis para qualquer tipo de negócio e porte de empresa: o método QbD, o Diagrama de Ishikawa e o Ciclo PDCA. Suas aplicações são de baixo custo, implicando apenas na dedicação da equipe para a implantação e no investimento em capacitação técnica para a execução do projeto. Conheça cada uma dessas ferramentas:
Um dos maiores desafios do setor magistral é garantir a eficácia e a segurança de todo o processo de manipulação e a qualidade do produto final. A “qualidade baseada no projeto” (Quality by Design, em inglês, ou QbD) é uma das metodologias mais utilizadas na indústria farmacêutica, bioquímica e na farmácia magistral. Trata-se de abordagem sistemática por meio da previsão de riscos, aplicada para acompanhar cada etapa da manipulação Exemplo: na de cápsulas, um único processo é separado em várias outras etapas com o objetivo de estabelecer o procedimento operacional ideal para cada fase avaliando o cenário, calculando possíveis riscos, reduzindo custos e tornando o processo mais eficiente como um todo.
Desenvolvida na década de 1950 pelo engenheiro Joseph M. Juran, a metodologia QbD nos permite realizar o Gerenciamento de Riscos, um processo essencial para as farmácias certificarem-se da qualidade dos medicamentos magistrais, da integridade física das pessoas envolvidas neste trabalho e dos equipamentos e estruturas utilizados.
Esta fermenta visual, representada a partir da imagem de uma espinha de peixe, traz o diagrama criado em 1943 pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa e é bastante aplicado na produção industrial. Também conhecida como Diagramada de Causa e Efeito ou Metodologia 6M, esta abordagem faz uma correlação entre causa (6M) e efeito (problema), nos ajudando a encontrar a verdadeira causa de determinado problema.
Dentro do nosso cenário, o produto final manipulado será sempre o efeito (problema). Aplicando a metodologia 6M, as possíveis causas desse problema (presentes na espinha de peixe) são:
Método: quando a não conformidade está ligada ao processo de manipulação do produto.
Matéria-prima: quando a qualidade do insumo utilizado não está em conformidade.
Mão-de-obra: a causa pode estar relacionada a atitudes de algum colaborador ou falha humana (imprudência, ato inseguro, pressa, procedimento realizado de forma inadequada etc.).
Máquina: a não conformidade está relacionada a um equipamento sem manutenção.
Medida: a causa pode estar relacionada a métricas e instrumentos de medidas como calibração, indicadores, variações sem acompanhamento, entre outros.
Meio ambiente: a não conformidade pode estar relacionada a fatores externos como calor, umidade, vento, umidade ou a questões estruturais (espaços inadequados, leiaute mal distribuído etc.).
A “espinha de peixe” pode ser preenchida com outras causas, não necessariamente aplicando-se a metodologia 6M.
O método PDCA (Plan, Do, Check, Act, ou planejar, executar, verificar e agir) é conhecido como ciclo, pois os quatro passos se completam e devem ser aplicados de forma sequencial e contínua dentro do processo de melhoria dos processos de gestão. Tornou-se popular a partir dos estudos do dr. W. Edwards Deming, considerado o pai do controle da qualidade.
Na primeira etapa, “planejar”, devemos iniciar um plano de ação, estabelecendo os objetivos e definir os processos (metas e meios) necessários para chegar ao resultado esperado. É importante traçar o caminho a ser percorrido para que os objetivos sejam conquistados, definir os métodos que serão utilizados e dividir a equipe e os líderes responsáveis pelo processo.
Nesta fase há uma tarefa muito importante que é entender os principais problemas e desafios que estão impactando a gestão da qualidade da farmácia de manipulação. Vale a pena fazer um intercâmbio de métodos e aplicar o Diagrama de Ishikawa para identificar as causas (6M) desse cenário.
Em “executar”, segunda etapa do ciclo, é hora de treinarmos os envolvidos, executarmos os processos e darmos início à implementamos do plano de ação. Por ser uma das etapas mais importantes, devemos acompanhar de perto e mensurar os resultados de cada tarefa concluída. Assim, garantimos que as etapas sejam cumpridas conforme o planejado ou sejam readaptadas.
Na fase de “verificar” analisamos os resultados (observando os itens de verificação anteriormente propostos no plano de ação) e confrontamos com o que estava esperado. Esta etapa pode ser realizada no decorrer das etapas ou ao final dos ciclos.
Finalmente, na última etapa, “agir”, analisamos os resultados, avaliamos as pendências e, se necessário, realizamos ações corretivas. Nesta fase também podemos verificar a necessidade de realizarmos um novo ciclo de PDCA para a melhoria contínua dos processos.
Agora que você conheceu alguns métodos e ferramentas essenciais para a melhoria contínua dos processos em sua farmácia de manipulação, é preciso entender que a eficácia de suas aplicações só é viável se aliada ao conhecimento. A capacitação e o treinamento contínuos de toda a equipe são fatores determinantes para minimizar e evitar erros no meio do caminho. Por isso, é importante que o time de profissionais da sua farmácia se mantenha atualizado sobre todos os processos e das novidades sobre procedimentos operacionais e do mercado. Investir em qualificações profissionais, além de valorizar a equipe, impulsiona a expertise e a reputação da sua farmácia diante dos clientes e do mercado magistral.
Os associados Anfarmag têm à disposição benefícios e serviços exclusivos para apoiar a gestão da qualidade de fluxos e de processos, entre eles o Personal Quality, uma consultoria em gestão da qualidade, focada em processos, produtividade e resultados. Filie-se agora para ter acesso a ferramentas voltadas para a gestão do negócio e da qualidade e outros serviços da nossa rede de vantagens.
Dentre os principais benefícios da farmácia de manipulação, o que mais se destaca é a oferta de produtos personalizados. Eles buscam atender às particularidades de cada paciente, levando em consideração o uso de formas farmacêuticas individualizadas.
Afinal, dentro da farmacoterapêutica, são importantes todos os detalhes: tamanho, formato, sabor e cheiro do medicamento – além, claro, de dose exata e facilidade de uso. Tudo isso contribui para a adesão do tratamento do paciente.
A partir do uso das formas farmacêuticas individualizadas, as farmácias magistrais conseguem, por exemplo, oferecer alternativas para pacientes com alergias. Há ainda muitos outros benefícios da individualização, em especial para idosos e público pediátrico. Para entendê-los melhor, a Anfarmag preparou este conteúdo. Confira!
O principal objetivo da farmácia de manipulação é oferecer produtos de qualidade, que promovam o tratamento eficaz. Para que esses produtos sejam mais bem aceitos pelos pacientes, sobretudo idosos e crianças, é necessário que se adaptem às suas necessidades.
Alguns exemplos de formas farmacêuticas individualizadas são as preparações orais líquidas, que podem ser usadas em diferentes grupos de pacientes.
Em crianças, a depender de cada faixa etária (prematuros, recém-nascidos, lactentes e crianças), há variações no pH gástrico, na motilidade intestinal, no sistema de excreção e nas enzimas digestivas.
Todas essas alterações fisiológicas influenciam na absorção do fármaco e na sua segurança. Daí a importância da forma individualizada, que adapta doses e formas farmacêuticas à realidade do peso corpóreo e das condições fisiológicas do paciente.
Em pediatria, além de individualização por dose e sabor, um ponto muito importante é a escolha da forma farmacêutica mais adequada. Preparações orais líquidas são as preferidas pelo médico prescritor para este público, em especial para os bebês e os neonatos.
Isso se dá devido porque as preparações orais líquidas:
Assim, são administradas com maior facilidade em crianças, sobretudo as muito pequenas ou que apresentam alguma dificuldade de ingestão de substâncias sólidas.
Já em idosos, ocorrem fisiologicamente alterações gastrointestinais, renais e hepáticas significativas, que demandam uma atuação medicamentosa mais específica.
Nesse grupo, é comum a coexistência de múltiplas doenças crônicas, o que gera o uso de vários medicamentos ao mesmo tempo, a chamada polifarmácia. Daí a vantagem do medicamento manipulado, que pode reunir em uma única formulação, sob prescrição de profissional habilitado, vários fármacos.
Assim, o uso de fórmulas farmacêuticas diferenciadas em idosos:
Além disso, os medicamentos magistrais também levam em consideração e respeitam as interações medicamentosas, assim como os aspectos farmacológicos e farmacocinéticos das substâncias, os horários e as condições ideais de administração.
Outra condição muito frequente em geriatria é a disfagia, ocasionando problemas na deglutição. Essa condição afeta muitos idosos e leva a práticas imprecisas, como a partição e trituração “caseira” de comprimidos ou abertura de cápsulas duras.
Esse problema pode ser contornado através do preparo de medicamentos manipulados na forma farmacêutica líquida, preferencialmente mais viscosos. Formas farmacêuticas sólidas orodispersíveis, quando viável tecnicamente, também superam o problema da disfagia e podem ser tomadas sem a administração de água e sem risco de engasgamento.
Mais uma vez, o medicamento magistral auxilia a evitar a perda de remédios, comum durante a trituração caseira, e promove melhor adesão ao tratamento, uma vez que os pacientes:
Para saber mais sobre as formas farmacêuticas diferenciadas e suas principais vantagens, torne-se um associado da Anfarmag. Os associados têm acesso a materiais exclusivos e uma série de outros benefícios.
Um dos maiores benefícios da farmácia de manipulação é a dispensação de medicamentos personalizados. No contexto de pacientes acamados e hospitalizados, o setor magistral pode ser um importante aliado.
Em caráter excepcional, considerado o interesse público, desde que comprovada a inexistência do produto no mercado e justificada tecnicamente a necessidade da manipulação, as farmácias magistrais podem ser contratadas, conforme legislação em vigor, para o atendimento de preparações magistrais e oficinais, requeridas por estabelecimentos hospitalares e congêneres. A farmácia deverá atender requisições escritas de profissionais habilitados, de preparações utilizadas na atividade clínica ou auxiliar de diagnóstico para uso exclusivamente no estabelecimento do requerente.
É permitido que as farmácias de manipulação recebam prescrições individualizadas para pacientes internados e, nesses casos, as prescrições devem ter os dados do paciente.
Nesse sentido, a importância das farmácias de manipulação no tratamento de pacientes acamados e hospitalizados se torna ainda maior. Isso, porque ela pode ser uma aliada importante na preparação de medicamentos administrados por outras vias além da oral, necessários sobretudo nos contextos de intubação.
O setor de medicamentos magistrais tem como objetivo principal o atendimento personalizado aos pacientes. Isso significa que as farmácias de manipulação levam em consideração as suas necessidades e dificuldades.
Nessa linha, medicamentos magistrais, ao contrário de outros medicamentos, podem ter diferentes usos. Por serem individualizados, eles permitem:
Desse modo, as farmácias de manipulação se tornam essenciais para a preparação de medicamentos que serão melhor administrados. Essa importância é ainda mais central no caso de pacientes acamados ou que precisam de administração por sonda enteral.
Isso se dá em razão de a mobilidade desses pacientes ser reduzida. O uso de medicamentos orais é, em geral, impedido pela situação clínica. Portanto, é papel da farmácia de manipulação juntamente com a equipe médica encontrar a melhor maneira de ele ser administrado pelo paciente.
Com a pandemia da Covid-19, a farmácia de manipulação passou a ter um papel ainda mais importante. O setor magistral teve um importante papel em ações como:
Porém, para além dessas ações, a farmácia de manipulação também possibilitou mais conforto aos pacientes com mobilidade reduzida.
Durante a pandemia, os casos de intubação foram muito frequentes, devido a complicações respiratórias causadas pelo novo coronavírus. Portanto, também nesse sentido a farmácia de manipulação desempenhou um papel importante no auxílio de pacientes acamados e hospitalizados.
Já citamos vários motivos pelos quais as farmácias de manipulação se tornam importantes. No entanto, destacamos ainda outras razões pelas quais elas podem ser aliadas no tratamento de pacientes acamados e hospitalizados.
Conforme apontado pelo presidente da International Society of Pharmaceutical Compounding, os medicamentos magistrais são indispensáveis porque:
Dessa maneira, além das vantagens oferecidas pela personalização dos medicamentos magistrais, as farmácias de manipulação têm uma função de olhar para o todo. Sua atuação no tratamento de pacientes acamados pode ir desde a facilitação da administração de um medicamento até a melhoria da qualidade de vida deles.
Por isso, é importante que as farmácias de manipulação se aliem às instituições hospitalares. Dessa maneira, é possível promover um tratamento completo e adequado aos pacientes, priorizando o seu conforto e recuperação.
Os associados Anfarmag têm ao Guia Magistral Hospitalar e ao Formulário Magistral Hospitalar, ambos em duas edições, que trazem informação completa para farmacêuticos e equipe multidisciplinar hospitalar sobre ativos farmacêuticos que podem ser administrados a esses pacientes. Além disso, também tem acesso a materiais específicos que ajudam os farmacêuticos na administração e preparação desses medicamentos. As Fichas de Referência e as Fichas de Especificação de Compra, por exemplo, dão acesso às especificações de ativos usados na preparação de medicamentos magistrais.
Por isso, não perca tempo e associe-se já!
Se você já fez uso de medicamentos, é provável que já tenha precisado comprar remédios a mais para um tratamento. Ou então, que tenha jogado fora substâncias vencidas. Ou mesmo que tenha precisado fazer o mesmo tratamento mais de uma vez.
Isso acontece porque essas medicações não são pensadas para as suas necessidades individuais. Assim, elas precisam ser compradas a mais, são esquecidas nos armários e, depois, acabam indo para o lixo.
O desperdício de remédios é uma realidade muito prejudicial ao meio ambiente e ao paciente. Além disso, é preciso gastar mais dinheiro. Os medicamentos manipulados trabalham para combater essa situação. Para saber como e por que, continue a leitura.
Nas farmácias tradicionais, é comum — e mesmo esperado — que parte dos remédios seja desperdiçada. Isso porque é comum que os remédios sejam vendidos em quantidades superiores à necessária para o tratamento. Por isso, costumam sobrar nas cartelas e vidros, o que gera desperdício.
Dados de uma pesquisa realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) estimam que o gasto com o desperdício de remédios no SUS esteja na casa dos R$ 16 milhões ao ano. No setor privado, os números não são mais animadores: cerca de 20% dos remédios são descartados — e nem todos porque não estavam aptos para consumo.
Uma vez que o consumo de medicamentos vencidos ou de aspecto diferente do natural é altamente perigoso, não há alternativa a não ser jogá-los fora. Mas, seja através do lixo normal, seja através do descarte por outras vias, como o vaso sanitário, esses resíduos afetam a água e o solo, prejudicando ainda mais a saúde coletiva.
A agressão ambiental ocasionada pelo o desperdício de remédios ocorre de muitas maneiras, e já é uma preocupação da indústria farmacêutica. Como mencionamos, os resíduos podem afetar o solo e a água.
Por isso, o descarte de medicamentos precisa ser feito com muito cuidado. Quando feito da maneira correta, os seus impactos no meio ambiente são bem menores.
Assim, o desperdício de remédios faz parte de um ciclo vicioso que intensifica a poluição do meio ambiente. A água contaminada, por exemplo, ainda pode conter substâncias medicamentosas, mesmo depois do seu tratamento. E isso não se deve a uma má prática de descarte, mas à dificuldade de filtrar completamente essas substâncias.
Como consequência direta, também nós temos mais chances de nos contraminarmos com essas substâncias. Desse modo, é essencial que o combate ao desperdício de remédios seja levado a sério.
Ao contrário do que acontece com medicamentos, os medicamentos manipulados reduzem consideravelmente o desperdício de remédios. Esta é, aliás, uma boa prática da farmácia magistral, e acontece por diversos motivos.
Em primeiro lugar, porque as receitas são pensadas para cada paciente de forma individualizada. Assim, as quantidades de medicamentos são adequadas para o tratamento, o que evita sobras e, posteriormente, o descarte inadequado.
Também é importante mencionar que as cápsulas produzidas pela farmácia magistral não precisam ser partidas ao meio ou divididas. Isso também reduz o desperdício de medicamentos e evita a contaminação do ambiente.
A diminuição do desperdício de remédios também afeta positivamente o bolso dos pacientes — e dos órgãos públicos. Afinal, evita-se a compra desnecessária de remédios que, depois, não serão usados, e também o gasto com o descarte apropriado.
Agora que você já entende melhor como a farmácia de manipulação auxilia no combate ao desperdício de remédios, não deixe de compartilhar essa informação com seus pacientes e prescritores da sua região!
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