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Especificações de potabilidade e farmacopeicas da água utilizada na manipulação
24/10/2022 Blog

Especificações de potabilidade e farmacopeicas da água utilizada na manipulação

A água, matéria-prima essencial de uma farmácia de manipulação, deve atender aos padrões de qualidade. O cumprimento dessas especificações são exigências sanitária e estão estabelecidas em normas e farmacopeias. Na farmácia magistral, a água purificada é utilizada tanto para produção de álcool 70º para limpeza da farmácia e equipamentos, nos processos de controle de qualidade da matéria-prima quanto como composto das próprias formulações.

Água purificada

A água utilizada na manipulação de produtos é considerada matéria-prima produzida pela própria farmácia por purificação da água potável, atendendo às especificações farmacopeicas. Deve ser armazenada por um período inferior a 24 horas e em condições que garantam a manutenção e a sua qualidade. É empregada como excipiente na manipulação de formulação magistrais não estéreis. Pode ser obtida por uma combinação de sistemas de purificação, em uma sequência lógica, como: múltipla destilação; troca iônica; osmose reversa; eletrodeionização; ultrafiltração, ou outro processo capaz de atender, com eficiência desejada, os limites de qualidade especificados.

Garanta a qualidade da água em sua farmácia

Para garantir as boas práticas de obtenção de água purificada dentro da farmácia de manipulação, o farmacêutico e demais profissionais responsáveis, precisam ter conhecimento sobre a importância de uma gestão eficaz de obtenção e monitoramento. Neste artigo, selecionamos boas práticas para assegurar as especificações da água purificada utilizada nos processos internos da sua farmácia magistral. Confira!

Faça a limpeza da caixa d’água

Para a Resolução RD nº 67/2007, a água utilizada nas manipulações magistrais é uma matéria-prima da própria farmácia magistral por meio de purificação da água potável, atendendo a especificações farmacopeicas. Essa constatação visa a garantir que as instalações e reservatórios estejam devidamente protegidos para evitar qualquer contaminação.

Realize análises periódicas

A Resolução RD nº 67/2007 também exige que as farmácias tenham procedimentos escritos para realizar amostragem da água potável e purificada e mantenham uma periodicidade das análises. De acordo com a legislação vigente, devem ser feitos testes físico-químicos e microbiológicos, no mínimo a cada seis meses, para monitorar a qualidade da água de abastecimento e no mínimo mensalmente, para monitorar a qualidade da água purificada. As amostras podem ser coletadas e avaliadas pela própria farmácia ou por um laboratório terceirizado

Mas o que são analisados nestes testes, quando aplicável?

Água potável

  • pH
  • Cor aparente
  • Turbidez
  • Cloro residual livre
  • Sólidos totais dissolvidos
  • Contagem total de bactérias
  • Coliformes totais
  • Presença de E. Coli.
  • Coliformes termo resistentes.

Água purificada (Farmacopeia Brasileira 6ª edição):

  • Características físicas
  • Acidez e alcalinidade
  • Carbono orgânico total
  • Substâncias oxidáveis (opcional)
  • Condutividade da água
  • Amônio, Cálcio e Magnésio, Cloretos, Nitratos e Sulfatos (opcional)
  • Contagem do número total de bactérias heterotróficas
  • Pesquisa de coliformes totais e fecais
  • Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa


Registre tudo

A farmácia deve possuir procedimento escrito para a coleta e amostragem da água. Um dos pontos de amostragem deve ser o local usado para armazenamento da água purificada. A farmácia deve estabelecer, registrar e avaliar a efetividade das medidas adotadas, por meio de uma nova análise, em caso de resultado de análise insatisfatório da água purificada. A água purificada deve ser armazenada por um período inferior a 24 horas e em condições que garantam a manutenção da qualidade dela, incluindo a sanitização dos recipientes a cada troca de água

Tenha conhecimento dos padrões vigentes

O farmacêutico e demais responsáveis técnicos devem manter procedimentos operacionais internos, respeitando a Resolução RDC nº 67/07 e seus itens e subitens que dispõem sobre às boas práticas de obtenção e monitoramento da água purificada, assim como os padrões de potabilidade (Portaria 888/21) e a especificações farmacopeicas para água purificada.

As especificações da água de abastecimento precisam atender aos padrões de potabilidade da Portaria do Ministério da Saúde 888/2021. Padrões bacteriológicos incluem ausência em 100ml de Coliformes totais e de Escherichia coli. Padrões organolépticos incluem turbidez de no máximo 5, UT (unidade de turbidez); cloro residual livre de no mínimo 0,2mg/L; e sólidos totais dissolvidos de no máximo 500mg/L.

A água purificada é caracterizada por condutividade de, no máximo, 1,3 µS/cm a 25,0 °C (resistividade > 1,0 MW-cm) e carbono orgânico total ≤ 0,50 mg/L, ausência de psedomonas sp e coliformes, e contagem total de bactérias heterotróficas ≤ 100 UFC/mL – a não ser que especificado de forma diferente. Todo o sistema de obtenção, armazenamento e distribuição deve ser devidamente monitorado quanto aos parâmetros de condutividade e contagem microbiana. Ainda que seja especificada uma contagem microbiana máxima de 100 UFC/ml na monografia, cada instalação deverá estabelecer o seu limite de alerta ou de ação, caso as características específicas de utilização sejam mais restritivas. A Monografia Farmacopeia Brasileira 6ª edição descreve ainda outros ensaios, como características físicas, acidez ou alcalinidade, substâncias oxidáveis, amônio, cálcio e magnésio, cloretos, nitratos e sulfatos.  De acordo com esse documento, o ensaio de carbono orgânico total alternativamente substitui o teste para substâncias oxidáveis; já o ensaio de condutividade de água alternativamente substitui os testes para amônio, cálcio e magnésio, cloretos, nitratos e sulfatos.

Consulte fichas de referências

Para agilidade, economia e precisão do processo, faça fichas de especificação utilizando referências, como as produzidas pela Anfarmag. As fichas de referências estão disponíveis exclusivamente para associados. Associe-se agora.

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Os associados Anfarmag têm à disposição materiais exclusivos sobre as especificações de potabilidade e farmacopeicas da água, como o conteúdo extra on-line “Água Purificada” da edição nº 118 da Revista Anfarmag, treinamentos on-line e o fluxograma da Gestão da Qualidade “Água Purificada: monitoramento do processo de obtenção”.

A rede de vantagens conta também com o Serviço de Atendimento ao Associado (SSA), uma linha direta para o esclarecimento de dúvidas sobre o processo. O canal pode ser acessado por telefone (11) 4003-9019, e-mail (assessoriatecnica@anfarmag.org.br) e WhatsApp (11) 9 7554-0423. Associe-se agora e tenha acesso a esses e outros benefícios.

 

REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 67 de 8
de outubro de 2007. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html>. Acesso em 25 set. 2022.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira, 6ª edição. Brasília: Anvisa, 2022. Disponível em: < https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira> . Acesso em 29 set. 2022.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021. Altera o Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

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