No mês das crianças, lembramos os benefícios e aprendizados que as brincadeiras proporcionam aos pequenos.
Você certamente já ouviu o velho ditado “A infância é a melhor fase da vida”! É nela onde a felicidade mora, a diversão não tem limites e todos os dias são recheados de brincadeiras. É a fase em que a imaginação ganha asas e voa pra longe, voltando sempre com um questionamento ou uma descoberta! E o ato do brincar contribui muito para o desenvolvimento das crianças, fazendo do entretenimento um momento de aprendizagem.
A importância do brincar
Larissa Fonseca, psicopedagoga e especialista no Universo do Brincar, explica que o brincar é tão fundamental para a criança quanto o trabalho é para o adulto. “É nesse universo lúdico que ela cria, experimenta, explora, vive e aprende muito. Aprende a conviver com o outro, a se conhecer, conhece coisas novas, desenvolve seu raciocínio, suas capacidades físicas e motoras, internaliza valores, entre tantas outras coisas”. Larissa destaca que as brincadeiras são riquíssimas fontes de estímulo cognitivo, social e afetivo, além de representarem uma ferramenta para a autoexpressão. É brincando que a criança entende o que é e como funciona o mundo.
As brincadeiras podem ser dirigidas ou livres. “As dirigidas visam ensinar algo específico, guiando a experiência com um objetivo, mas é o livre brincar o mais enriquecedor e que gera uma maior gama de aprendizagens. As crianças brincam pelo brincar e com isso virão os desenvolvimentos”, diz.
Brincadeira de menino ou de menina, não! Brincadeira de criança, sim!
Cores, brincadeiras e brinquedos não têm gênero. A separação de papéis por gênero limita as escolhas dos pequenos, por isso os pais devem incentivar a criança a explorar e diversificar. “É importante se manter neutro nos interesses dos filhos, sem forçar ou impor escolhas. Claro que é importante ir além dos interesses dos pequenos, para ampliar o repertório de conhecimentos e oportunidades, mas é preciso tomar cuidado para que essas expectativas sociais não limitem as escolhas das crianças”, explica Larissa. Os pais devem evitar autorizar ou proibir brincadeiras baseados na ideia de ser “coisa de menina ou coisa de menino”. Para a criança, aquilo é somente uma brincadeira.
Hora de brincar!
A falta de tempo da maioria dos pais, devido à rotina de trabalho, e a facilidade oferecida pela tecnologia para entreter as crianças, é a dupla perfeita para que os pequenos passem diversas horas do dia brincando com jogos digitais. Mas será que esse comportamento é saudável? A Sociedade Brasileira de Pediatria indica que crianças até dois anos não devem ter acesso ao entretenimento virtual. De dois a cinco anos, é recomendado mexer em celulares e tablets durante uma hora por dia, entre seis e dez anos, o tempo aumenta para duas horas diárias e, para os maiores, a orientação é de até três horas. Lembrando que é fundamental que a criança seja supervisionada por um adulto durante todo o período.
No entanto, sabemos que na realidade, atender a essa indicação no dia a dia é algo bastante desafiador. Larissa aconselha que pais e responsáveis não façam dos jogos digitais nem os principais, e muito menos os únicos recursos de entretenimento para as crianças. “É preciso diversificar e limitar o tempo de acesso ao universo digital, isso vai ampliar o repertório de brincadeiras de forma saudável”. Para ajudar nesse momento, confira nossas dicas:
– Faça uma visita ao parque e solte a imaginação no tanque de areia enchendo baldinhos e fazendo bolos;
– Pratique esportes com a criança ao ar livre: ande de bicicleta, patins, jogue bola, frescobol, vôlei, etc;
– Explore a criatividade com massinhas (é possível até confeccionar massinhas comestíveis com farinha e água e depois transformá-las em deliciosos biscoitos);
– Incentive o aprendizado: imite o som e o movimento dos animais;
– Faça pinturas com tintas, giz de cera e lápis de cor;
– Leia livros com figuras e histórias envolventes;
– Encene histórias com fantoches e bonecos.
O importante é criar memórias com as crianças, participar das brincadeiras dedicando tempo de qualidade aos pequenos! “Esses momentos fazem com que as crianças se sintam protegidas e valorizadas, além de favorecer vínculos saudáveis em família”, finaliza Larissa.
Sobre Larissa Fonseca
Atua na área da educação há mais de 20 anos. É pedagoga pela USP, neuropsicóloga, psicopedagoga e especialista em Comportamento e Desenvolvimento Infantil, e no Universo do Brincar. Escritora do livro “Dúvidas de Mãe” pela editora Pá de Palavra, e orientadora infantil, adolescente e familiar.
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